20150407

A Vontade de Deus

O DISCÍPULO E A VONTADE DE DEUS
Romanos 12:1-2

Objetivos:
1.    Entender que Deus tem um plano para sua vida.
2.    Discernir a vontade de Deus para cada área da sua vida.
3.    Comprometer-se com a vontade de Deus como a melhor opção para sua vida.

INTRODUÇÃO
            Quando estudamos a Palavra de Deus, percebemos que cada um de nós é muito importante para o Senhor. De fato, cada pessoa é especial para Ele. E, neste sentido, Ele tem um plano específico e detalhado para cada criatura que nasce sobre a face da Terra. Ao passear pela Bíblia percebemos que a palavra “melhor” é uma das preferidas de Deus. Por que Ele insiste tanto em repetir essa palavra? Cremos que é para nos mostrar que deseja o melhor para nós. E, se muitas vezes estamos na pior, a responsabilidades não é de Deus, mas exclusivamente nossa.
            Deus deseja revelar a Sua vontade para cada ser humano. Ele tem prazer em que andemos segundo o Seu querer. Neste sentido ele tem tomado todas as providências para que conheçamos a Sua vontade. Se não a percebemos claramente é porque não estamos preparados para isso. A pessoa sincera tem desejo ardente de conhecer a vontade de Deus para a sua vida. Mas, o mais interessado em que essa revelação aconteça é o próprio Deus. A Bíblia diz: “...Deus não é Deus de confusão...” (I Co 14:33). Ele está desejando revelar a Sua vontade do modo mais claro possível.
            Há uma distinção importante quando se trata deste assunto: a vontade objetiva de Deus e a vontade permissiva de Deus. Há coisas que Deus determina em nossa vida pela Sua vontade objetiva. Sempre são coisas positivas e boas. Por outro lado há situações em nossas vidas que não constituem a vontade objetiva de Deus, mas a Sua vontade permissiva, isto é, Ele não planejou que fosse assim, mas permite que o seja em favor de seus propósitos eternos e sábios. Deus nunca planeja coisas más em nossas vidas. Mas, Ele não fez compromisso conosco de que o mal nunca nos atingira. Todas as coisas estão debaixo do controle dEle. Ele evita o que quer evitar e permite o que quer permitir. O seu compromisso é estar conosco sempre, dar-nos a Sua graça e transformar as coisas em bênçãos para nós. Muitas coisas acontecem em nossas vidas por inteira responsabilidade humana. Deus poderia evitá-las. Às vezes Ele as evita. Mas, não é Seu compromisso conosco. E nós não podemos discutir com Ele. Um dia havemos de entender tudo isso. Fiquemos com a afirmação de Paulo: “Para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2).

I - CONDIÇÕES PARA CONHECERMOS A VONTADE DE DEUS

1. Novo Nascimento
                        O primeiro passo para a realização da vontade de Deus na vida de uma pessoa é que ela reconheça a sua condição de pecadora e se torne nova criatura, pelo poder de Jesus Cristo. O ser humano é pecador não só porque comete atos pecaminosos, mas porque a sua natureza interior é pecaminosa. Portanto, a solução para o problema do homem é ter a sua natureza transformada. A isso a Bíblia chama de novo nascimento. O novo nascimento é condição fundamental para vivermos a vida que agrada a Deus - a vida segundo a Sua vontade. Só as pessoas nascidas de novo têm condições de fazer a vontade de Deus com o coração bem disposto.

2. Percepção Espiritual
                        Assim como percebemos o mundo físico através dos sentidos (tato, visão, gustação, olfato e audição), Deus nos equipou com a percepção espiritual para nos conduzirmos na dimensão espiritual de nossa vida. Poderíamos comparar esse equipamento interior como um radar através do qual detectamos realidades que nossos sentidos físicos não conseguem captar. Logo, só a pessoa nascida de novo tem essa percepção espiritual aguçada. A Bíblia diz: “Ora o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo...” (I Co 2:14,15).
                        A percepção espiritual nos dá a certeza da existência de Deus, da Sua presença e atuação em nossa vida, da Sua vontade em cada decisão que necessitamos tomar e de todos os aspectos da vida espiritual.

3. Vida Pura
                        Nossa comunhão com Deus se estabelece e se mantêm a partir de uma vida pura e santificada. A Bíblia diz: “As vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça” (Is 59:2). Logo, se a nossa vida está contaminada com o pecado; a comunhão com Deus fica bloqueada e a percepção espiritual prejudicada. Muitos cristãos entram em crise por não conseguirem perceber a vontade específica de Deus para as suas vidas. Geralmente imaginam que o problema é que Deus não está lhes revelando o que necessitam saber. Na realidade, eles mesmos são os responsáveis pela situação. Deus está tentando revelar-lhes a Sua vontade, mas eles não conseguem percebê-la, por causa do pecado em suas vidas.

4. Disposição de Obediência
                        Deus não nos revela a Sua vontade simplesmente para satisfazer a nossa curiosidade. Ele o faz para orientar a nossa vida. Por isso, para conhecer o que Deus quer, precisamos decidir antecipadamente que vamos ser obedientes ao que o Senhor nos revelar, não importa o preço que tenhamos de pagar. Isto sempre envolve uma significativa medida de fé e confiança na sabedoria de Deus.
                        A vontade de Deus nos é revelada progressivamente. Isto é, na medida em que vamos obedecendo àquilo que já conhecemos da vontade divina, o Senhor vai nos fazendo novas revelações, de modo que sempre podemos avançar. Nesse sentido, a revelação de novos aspectos da vontade de Deus depende de obedecermos naquilo em que já a conhecemos. É assim em todas as áreas de nossa vida. Nada mais razoável.

II - INDICADORES SEGUROS DA VONTADE DE DEUS

            Para andarmos com segurança nos caminhos da vida precisamos de indicadores de confiança. São esses indicadores que nos dão convicção na hora de tomamos as nossas decisões.
            Existem dois tipos de indicadores: os indicadores naturais e os indicadores sobrenaturais. Os indicadores sobrenaturais são sonhos, visões e revelações específicas. Muitas vezes, gostaríamos que Deus nos falasse desta maneira. Apesar deste modo sobrenatural indicar a vontade de Deus de maneira objetiva, clara e direta, o Senhor não nos fala comumente através deste modo. As pessoas que esperam tais formas de revelação na realidade muitas vezes o fazem porque não querem pagar o preço de buscar compreender a vontade de Deus a partir da percepção espiritual. Sem dúvida, seria muito mais simples receber a revelação pronta, “mastigada”, do que buscar em oração a certeza interior do Espírito Santo.
Abaixo, relacionamos os principais indicadores naturais de Deus para as nossas decisões na vida.

1. A Palavra de Deus
                        A Bíblia é a Palavra de Deus e contém a opinião e o pensamento de Deus, sobre todos os assuntos de nossa vida. Para nos orientarmos em todas as nossas decisões cotidianas, precisamos examinar detidamente as Escrituras Sagradas. O Senhor Jesus disse: “Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22:29). Não é o caso de abrirmos a Bíblia de qualquer jeito, em uma hora crucial, e concluir que o primeiro versículo achado é a resposta de Deus para aquela situação específica. Não discutimos a experiência particular de cada um, mas em geral, essa é uma prática arriscada. Quando examinamos a Palavra de Deus, temos de analisar os princípios que ela nos ensina. Por exemplo: Há certas respostas sobre a vontade de Deus que a Bíblia nos dá sem rodeios, de modo que não precisamos consultar mais nada. É a resposta completa. Ela diz categoricamente: “Não adulterarás” (Ex 20:14). “Não mintais uns aos outros” (Cl 3:9). “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos” (II Co 6:14), etc. Não há mais o que ficar perguntando. Não há mais dúvidas.
Em outros casos, temos de consultar vários textos sobre o mesmo assunto e até buscar ajuda na interpretação, para chegarmos a uma conclusão tranqüilizadora.

2. A Oração
                        A oração é basicamente um gesto de comunhão com Deus, conversa intima com o Senhor. Naturalmente, na medida em que o crente aprofunda sua comunhão com o Senhor passa também a perceber com mais espontaneidade o que Ele deseja para cada situação de sua vida. Para conhecermos alguém e sabermos o que ela pensa precisamos conversar com ela; com Deus é a mesma coisa. Se não falarmos com Ele não vamos saber a Sua vontade. Isto é, não temos condição de nos orientarmos com segurança a não ser que a nossa vida de oração esteja realmente em dia. Isto é um principio e não adianta tentarmos contorná-lo. Não vai funcionar de outro modo.
                        Pela prática da oração, o nosso coração e a nossa mente passam a assimilar suavemente a vontade de Deus. Ela passa a incorporar-se a nós como se fosse a nossa própria. A luta de Jacó com o Senhor no Vau de Jaboque foi basicamente uma luta espiritual, uma luta de oração. Naquela ocasião Jacó não teve só o nome mudado, mas principalmente o seu caráter. O nome de Jacó significa “suplantador”, “aquele que não sabia perder, que sempre queria levar vantagem”. Sabemos que Jacó era assim de fato. Mas, na sua luta com Deus, ele foi derrotado e saiu coxeando. Mesmo assim, o seu nome foi mudado para Israel, que quer dizer “Príncipe de Deus”, porque lutou com Deus e com os homens e prevaleceu. Bem, mas nós sabemos que Jacó foi derrotado. E, como se explica Isso? É simples: Toda vez que a minha vontade se confronta com a vontade de Deus, e a vontade de Deus prevalece, eu sou o vencedor. Sim, o segredo de uma vida vitoriosa é permitirmos que a nossa vontade seja derrotada pela soberana e sábia vontade de Deus. E isso acontece principalmente no palco da oração.


3. A Meditação
                        Quando nos referimos à meditação não estamos falando de uma abstração inútil, alienante. Não é o caso da chamada meditação transcendental, tão em moda nas religiões de influência oriental. Na realidade, a meditação cristã tem um conteúdo: os pensamentos de Deus. A nossa mente passa a ocupar-se dos textos da Palavra de Deus, buscando absorver todo o seu significado. É como uma “santa ruminação” da Palavra de Deus, um mastigar e saborear demorado das verdades, até que a nossa alma as absorva e elas passem a fazer parte do nosso ser e do conjunto de convicções orientadoras de nossa vida.

4. O Bom Senso
                        Uma coisa devemos sempre considerar: Deus nos deu cabeça para pensar. O bom senso é fator importante em todas as decisões que tomamos. É certo que a lógica divina nem sempre convence a lógica humana. Mas, quando o raciocínio humano está orientado de fato pelo Espírito Santo, o bom senso há de confirmar as outras indicações da vontade divina. Vale aqui o ensino de Paulo: “...mas nós temos mente de Cristo” (I Co 2:16).

5. Os Conselhos Sábios
                        Na hora de uma decisão importante pode ser muito útil conversar com uma pessoa madura espiritualmente e de nossa confiança. O sábio Salomão afirma que “na multidão de conselheiros há segurança” (Pv 11:14). É claro que não serve qualquer conselheiro. Há muita gente dando conselhos irresponsáveis por aí. O salmista afirma: “bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios” (Sl 1:1). Os conselheiros adequados são pessoas salvas, que tenham maturidade e sejam merecedores de plena confiança.

6. As Circunstâncias
                        A análise das circunstâncias também pode ajudar-nos a tomar decisões acertadas. Muitas vezes, Deus nos revela a Sua vontade através de portas que se abrem ou portas que se fecham. Mas, cuidado! Isso nem sempre funciona de forma tão simples assim. De algum modo o principio pode ser sintetizado da seguinte maneira: Não entre em nenhuma porta aberta que você não tenha a certeza de que foi Deus quem abriu. Não desista de bater em uma porta fechada, a não ser que tenha certeza de que foi Deus quem a fechou. Nós confiamos que Deus está acima das circunstâncias e tem o poder de alterá-las para que a Sua vontade se realize.

7. Os Sinais Específicos
                        Às vezes, depois de avaliarmos todos os outros indicadores, necessitamos de uma confirmação para as conclusões a que chegamos. Só então é oportuno pedirmos a Deus um sinal específico para aquela situação. Devemos tomar cuidado para não usar esse recurso de forma irresponsável. Se já sabemos com certeza o que Deus quer, não é honesto pedir ainda uma confirmação; é como tentar ao Senhor. O sinal específico só deve ser pedido a Deus quando todos os outros indicadores foram consultados e nos dão uma razoável certeza, mas precisamos de uma confirmação.
                        Devemos pedir a Deus também a sabedoria para escolher o sinal especifico que dEle esperamos. Não é adequado pedir um sinal absurdo ou infantil. Gideão nos dá um interessante exemplo de decisão tomada a partir de um sinal específico pedido a Deus: a lã no orvalho (Jz 6:36-40).

III - RESULTADOS DE ESTARMOS NO CENTRO DA VONTADE DE DEUS

1. A Paz
                        O desejo de Deus é que desfrutemos permanente e inabalável paz interior. Isto só é possível enquanto estamos dentro da vontade de Deus. Quando o crente peca ou decide de modo errado, a sua consciência é imediatamente incomoda pelo Espírito Santo. É um “alarme” com que somos dotados na vida espiritual. O apóstolo Paulo ensina: “E a paz de Cristo, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos” (Cl. 3:15). Há uma versão deste texto que diz? “a paz de Cristo seja o árbitro dos vossos corações”. Quando nos falta paz interior é porque alguma coisa não está bem em nossa vida.

2. O Êxito
                        Deus deseja que Seus filhos sejam bem sucedidos. A Bíblia está repleta de afirmações que expressam essa verdade. Não agrada ao Senhor que sejamos uns fracassados. Mas, o sucesso depende de nossa obediência à voz do Espírito Santo. Não é prudente fechar os ouvidos ou anestesiar a consciência diante dos amorosos sussurros do Espírito de Deus em nossos corações. Fazer a vontade de Deus é andar no caminho do sucesso.

3. A Garantia
                        Não nos arriscaríamos a fazer a vontade de Deus se não tivéssemos as garantias da Sua Palavra. Conhecemos o caráter de Deus e sabemos que Ele não mente, nem se esquece de Seu compromisso conosco. Quando somos obedientes, Deus assume toda a responsabilidade. Ele paga o prejuízo.
                        Lembremo-nos da história de Jonas. Deus o mandou pregar em Nínive. Ele se levantou e pegou um navio na direção de Társis, no lado oposto. Um detalhe da narrativa que nos impressiona é que o texto diz: “E, descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis: pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, da presença do Senhor” (Jn 1:3). Por que Deus destacou que Jonas “pagou a sua passagem”? Não parece um detalhe importante. Mas ele fez questão de registrar isso, para que ficasse bem definido que Deus não financia a nossa desobediência. Se formos desobedientes teremos de pagar nós mesmos o preço. A partir do momento em que damos o primeiro passo no caminho da desobediência, Deus não tem mais nenhum compromisso com o resultado de nossos atos. Porém, ele nos dá garantia total quando fazemos a Sua vontade. De fato, ele assume o prejuízo.

4. A Convicção
                        Quando decidimos fazer a vontade de Deus sabemos que teremos de pagar um alto preço. Muitas pessoas vão discordar de nós, outras vão nos ridicularizar e seremos chamados de loucos ou alienados. Às vezes, seremos até perseguimos. Os resultados positivos de nossa obediência nem sempre surgirão de imediato. Para nos mantermos firmes precisamos de convicção. Aquela certeza de que estamos fazendo o que devemos fazer, mesmo que tudo indique o contrário. Nessa situação, talvez alguém nos pergunte: “Como você sabe que esta é a vontade de Deus?” E, talvez a única resposta coerente que tenhamos seja: “Como eu sei, eu não sei; eu só sei que eu sei”. Parece estranho. Mas, esta é a resposta de quem tem uma convicção íntima muito definida, que não pode ser explicada humanamente. É a certeza interior que o Espírito de Deus proporciona. É isso o que a Bíblia ensina quando diz: “Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus” (Rm 8:14).

CONCLUSÃO
            Uma coisa muito importante é que a certeza da vontade de Deus nos vem da observação de um conjunto de indicadores, não de um indicador isolado. Portanto, todos os indicadores consultados precisam concordar para que tenhamos convicção.
            Nossas decisões não devem ser motivadas por interesses secundários nem devem ser o resultado de pressões ou constrangimentos pessoais. O único imperativo para nossas decisões há de ser a vontade sábia e soberana de Deus. Ele sabe o que é melhor para nós, porque nós vemos até a próxima curva da estrada, mas Deus vê depois da curva, lá na frente, vê de cima, donde a perspectiva é perfeita.
            O segredo de sermos felizes e desfrutarmos perfeita paz interior não são as circunstâncias que nos rodeiam, mas a certeza de que estamos exatamente no centro da vontade de Deus, isto é o melhor da vida.

PROJETOS CONCRETOS DE VIDA

1.    Memorize Romanos 12:1,2 e os nomes dos livros da Bíblia de Isaías a Daniel.
2.    Nesta semana, leia e medite nas seguintes passagens:
1º Dia: Salmo 143:1-12                           
2º Dia: João 13:1-17
3º Dia: II Coríntios 6:1-18
4º Dia: Mateus 26:36-46
5º Dia: João 4:1-42
6º Dia: Romanos 13:8-14
7º Dia: Filipenses 2:1-18

Nenhum comentário:

Postar um comentário